É difícil perceber quando se está vivendo uma revolução. Em 1453, os turcos otomanos que tomaram Constantinopla não sabiam que aquele ato marcaria o fim da Idade Média. Na segunda metade do século XVIII, os ingleses não poderiam imaginar o que se sucederia ao processo de mecanização das fábricas, a que mais tarde se chamou Revolução Industrial. Uma revolução geralmente é identificada bem depois de sua ocorrência, justamente pelos efeitos que gerou no mundo, na vida das pessoas.
No mundo atual, onde a informação transita em velocidade e volume incomparáveis, é possível ter pistas, ao menos, de quando estamos vivendo algo que, no futuro, poderá ser admitido como revolucionário. E as revoluções, hoje, acontecem por minuto. A todo o momento, sabemos de algo que poderá mudar o rumo da humanidade, seja na ciência, na política ou no mundo dos negócios. Mas uma verdadeira revolução cria novos paradigmas.
Um paradigma é mais do que um conceito vago no oceano da existência humana, mas uma realidade que serve de base para a ação cotidiana. A sustentabilidade é, hoje, um novo paradigma, criado pela necessidade que a sociedade sentiu em cuidar melhor do meio em que vive. Neste sentido, temos sérios indícios de que estamos vivendo uma mudança significativa no rumo da humanidade, ou pelo menos uma imensa parte dela: uma verdadeira revolução, a Revolução Verde.
A construção de uma pequena casa ou uma mega usina hidrelétrica passa pelo conceito de sustentabilidade. Cuidados especiais com o meio ambiente, numa integração de duplo fluxo com o bem estar social e a criação de riquezas, começam a se tornar obrigações e permeiam a atividade humana numa dimensão inédita. O novo paradigma foi incorporado pela sociedade, pelo mercado e está presente nas legislações de muitos países.
Chama atenção o fato de que, ao menos esta revolução, está sendo liderada pelos países emergentes, com especial destaque para o Brasil. A China, apesar de estar entre os maiores poluidores, vem conseguindo reduzir de forma drástica a sua emissão de gases e tornou a sustentabilidade uma obsessão. Apesar de não se comprometer com percentuais de redução, vem adotando, na prática, um modelo mais sustentável.
Os países ricos estão no topo da lista dos maiores poluidores do planeta, enquanto o Brasil lidera um mega esforço para se tornar uma economia verde, ou sustentável. Possuímos a legislação ambiental mais restritiva do planeta e criamos mecanismos de controle únicos, como o sistema integrado e online de controle sobre a produção e o transporte de produtos de origem florestal. Somos o único país com Reserva Legal obrigatória e temos uma das legislações mais avançadas no que diz respeito a exigências ambientais para a realização de grandes obras.
A Amazônia é uma das regiões mais vigiadas do planeta, com uma imensa rede de satélites que monitoram em tempo real o desmatamento e focos de incêndios, permitindo ao governo medidas de controle e prevenção. Punimos severamente produtores que não se enquadram na legislação ambiental e conseguimos reduzir de forma absurda os níveis de desmatamento na Amazônia, reduzindo a destruição a níveis mínimos.
Caminhamos a passos largos rumo a uma economia verde, mantendo uma taxa de crescimento econômico que nos permite estar entre as maiores economias do mundo e, ao mesmo tempo, corrigindo desigualdades sociais históricas e criando oportunidades para milhões de famílias. Só no futuro poderemos perceber se vivemos, hoje, uma revolução de verdade. Tudo indica que sim. E nós, brasileiros, podemos nos orgulhar de estarmos na liderança desta grande mudança na história da humanidade.
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