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18 de mai. de 2014

No governo Jatene, Pará é o Estado que menos investe

O tucano Simão Jatene se arrisca a entrar para a história como o pior governador do Pará dos últimos 20 anos – pelo menos. No ano passado, pela terceira vez consecutiva, o Pará foi o lanterninha de investimentos na região Norte, quando se comparam os percentuais dos investimentos com os gastos totais do governo.

Em 2013, o Pará gastou R$ 16,608 bilhões – mas destinou a investimentos apenas 7,19% dessa montanha de dinheiro. O restante foi quase todo consumido pelas despesas de custeio – aquelas que apenas mantêm a máquina pública funcionando, sem ampliar a oferta de serviços.No mesmo ano (2013), o estado do Acre destinou a investimentos 17,26% de suas despesas. O Amazonas aplicou em investimentos 16,51% de seus gastos; Roraima,12,71%; Rondônia, 11,71%; o Amapá, 11,22%, e o Tocantins, 10,19%.

O Pará perdeu feio até mesmo para dois estados paupérrimos do Nordeste, que costumam disputar com ele a lanterninha dos indicadores sociais: Maranhão e Piauí. Em 2013, o Piauí destinou a investimentos 15,71% da despesa total – ou mais que o dobro do Pará. Já o Maranhão investiu 10%.

Pior: 2013 foi também o terceiro ano consecutivo em que o Pará perdeu feio até para o Piauí e o Maranhão. Os gastos dos estados foram extraídos pelo DIÁRIO dos relatórios resumidos de execução orçamentária (RREOS) que eles enviam para a Secretaria do Tesouro Nacional, dos balanços gerais do Estado do Pará e do balancete de dezembro de 2013 do Pará.Os percentuais de investimento dos estados foram calculados pelo DIÁRIO, à exceção dos percentuais do Pará de 2011 e 2012, que foram apenas copiados dos balanços gerais do Estado. Você mesmo pode checar as contas, se quiser: basta pegar uma calculadora e dividir o valor do investimento pelo valor da despesa de cada ano e multiplicar por 100.

O PIOR EM 20 ANOS

Investimentos são fundamentais para que os governos possam reduzir os déficits de atendimento da rede pública e melhorar a qualidade dos serviços – problemas gigantescos em um estado pobre, carente de infraestrutura básica e com intensos fluxos migratórios, como é o caso do Pará.

São os investimentos que permitem, por exemplo, a construção de escolas, a compra de equipamentos para os hospitais, a aquisição de veículos e armamentos para a polícia, a ampliação das redes de água e esgoto.

Agora, imagine a redução dos investimentos em um estado como o Pará, que ganha 130 mil novos habitantes por ano (ou mais que uma Ananindeua, a cada quatro anos) e tem-se aí um dos principais motivos do caos vivenciado pela população, em todo o serviço público estadual. Em 2011, no primeiro ano do Governo Jatene, os investimentos despencaram, atingindo os piores níveis dos últimos 18 anos e, talvez, de toda a história do Pará: ficaram em apenas 4,51% da despesa, um recorde difícil de superar.Em 2012, os investimentos do Pará atingiram o segundo pior nível dessas quase duas décadas: 6,19%. Em 2013, os 7,19% de investimento de Jatene foram o quarto pior índice desses 18 anos (em “terceiro pior” está o investimento de 2007, 6,46%, ano em que Ana Júlia Carepa assumiu o governo, sucedendo Jatene).

Isso significa que não há governo paraense, pelo menos, desde 1995, que tenha registrado níveis tão reduzidos de investimento, ao longo de praticamente toda a sua administração, como acontece com o atual governador.

O próprio Jatene, em seu primeiro governo, teve um desempenho bem superior: investiu 8,98% em 2003; 10,61%, em 2004; 12,11%, em 2005, e 13,70% em 2006. Já a petista Ana Júlia Carepa, que investiu apenas 6,46% em 2007, conseguiu elevar os investimentos para 9,80% em 2008; 8,10%, em 2009; e 11,15%, em 2010 – e isso apesar da crise financeira internacional.

No entanto, nem Jatene nem Ana Júlia conseguiram ao menos se aproximar do desempenho do ex-governador Almir Gabriel, que manteve os investimentos acima de 10% por seis anos consecutivos, e até emplacou o recorde das últimas duas décadas: 16,57%, em 1998.

(Diário do Pará)

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